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RESENHA SOBRE A LIVE “Criacionismo: questões relevantes a partir de Gênesis 1 e 2”, apresentada pelo Professor Dr. Allan Amorim, com a mediação do professor Pr. Carlos Silva, no dia 04/11/2022.
A Faculdade Teológica Batista de Brasília (FTBB) está de parabéns pela qualidade das lives que ela vem proporcionando à comunidade evangélica e à sociedade em geral, além de contribuir com a comunidade científica, por oferecer um contraponto à visão da ciência, como por exemplo, a ocorrida no dia 04/11/2022, sob o título: “Criacionismo: questões relevantes a partir de Gênesis 1 e 2”, apresentada pelo professor Pr. Dr. Allan Amorim, sob a coordenação do professor Pr. Carlos Silva.
O assunto despertou a atenção dos acadêmicos do curso de bacharel em teologia da FTBB, pois retratou bem a dicotomia existente entre a religião e a ciência, enquanto aquela adota o criacionismo como sendo a visão mais correta, a outra defende o evolucionismo como sendo a melhor forma de explicar a origem do homem e de todas as coisas.
Duas questões que mereceram o maior número de comentários na live, foi sobre à idade geológica do nosso planeta, defendida pelo apresentador, como sendo de próximo de 6 (seis) mil anos, enquanto os cientistas defendem uma data muito mais recuada, com cerca de 4,5 bilhões de anos. O outro ponto, igualmente importante defendido pelo apresentador, se refere à impossibilidade de evolução das espécies, como alguns ainda defendem.
Da live apresentada, despertou a atenção a questão da idade geológica da terra, segundo o professor Allan Amorim, todo fato científico precisa ser comprovado, e no caso dos processos de datação radiométrica, seria uma “grande falácia”, existindo divergências brutais nessa medição, a qual não passaria nem mesmo nos critérios da própria ciência.
Como exemplo, cita a idade medida das rochas formadas pela erupção do Monte Santa Helena, nos Estados Unidos da América do Norte (EUA), por volta de 1980. Recentemente, alguns pesquisadores (adeptos da teoria criacionista, provavelmente!), levaram algumas amostras dessas rochas para serem datadas, e os resultados foram impressionantes, teriam sido formadas há milhões de anos. Essa pesquisa, para o apresentador, seria a prova cabal da falibilidade desse processo de datação geológica, pois, como relatado, tais rochas teriam surgido por ocasião da erupção do vulcão ocorrido em 1980.Com essa argumentação o Dr. Allan Amorim defendeu a literalidade dos seis dias da criação, relatados no Livro de Gênesis, capítulos 1 e 2.
Contudo, a polêmica não para por aqui, pois, embora considerando que para Deus não há nada impossível, seria difícil para a ciência concordar com essa precocidade da criação do mundo.
Ademais disto, o principal argumento utilizado pelo apresentador, a contradição verificada na medição das rochas formadas por ocasião do vulcão Santa Helena nos EUA, não seria uma prova tão contundente assim! A própria ciência explica esse fato, por meio da teoria de Lavoisier por volta de 1775 e afirma o seguinte: “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” (LAVOISIER), daí porque essas rochas não teriam sido formadas por ocasião do vulcão, mas sim transformadas nessa data, o que justificaria a datação tão distante da defendida pelos adeptos da teoria da evolução.
Outra questão que merece ser considerado para os defensores da literalidade dos dias bíblicos da criação, pode ser observado no fato do sol só ter sido criado no quarto dia, como explicar o dia de 24h para os três primeiros dias, se ainda não existia o primeiro relógio (sol)?
Dessa forma, seria possível dizer que esses três primeiros dias da criação fossem na verdade eras e não dias literais, pois para Deus, “um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pe 3:8-13, ARA).
Portanto, em que pese os excelentes argumentos do apresentador, a crença na não literalidade dos dias bíblicos da criação, como defende a ciência, não estaria em contradição com a Bíblia, não representa negação à fé cristã, pois, ao contrário do que muitos pensam, é desejável que fé e razão andem sempre juntas.
REFERÊNCIAS:
LAVOISIER, A. L. Tratado Elementar de Química. São Paulo: Madras, 2007. 397 p. Tradução: Laís dos Santos Pinto Trindade.
Bíblia Almeida Revista e Atualizada – ARA.
Por: Antônio Lisboa Cardoso. Advogado, graduando em Teologia pela FTBB
Muito bacana a resenha da live. As lives têm sido momentos de muito aprendizado compartilhado. Parabéns, Antônio.